Indiscutivelmente, o futebol está crescendo nos EUA, o "soccer", como é conhecido por lá, está se popularizando cada vez mais, com as grandes contratações, como Beckham há algum tempo, Thierry Henry, e atualmente, Lampard, Kaká e Robinho, a Major League Soccer cresce claramente, e com certeza ameaçará o Brasileirão como o maior campeonato das Américas em pouco tempo.
Estádio do Michigan, recebeu um incrível público de 109 mil pessoas presentes no amistoso entre Real Madrid x Manchester United. |
Os principais motivos para essa ameaça são, além das grandes contratações, o forte crescimento do público nos estádios, a média da temporada passada ultrapassou a do Brasileirão, outro aspecto é o interesse das televisões, que aumentou, tendo o intuito de expandir a competição para o mundo inteiro até 2022.
O crescimento da MLS traz alguns pontos positivos e negativos, confira alguns:
Projeto para 2022
Os donos dos clubes da liga se reuniram e criaram um planejamento para o ano de 2022, e que se baseia em muitas medidas realizadas. Essas são, o fortalecimento dos clubes para atrair público nos estádios.
"Tem as facilidades de estacionamento, transporte, restaurante e até o banheiro. Isso faz com que as famílias voltem sempre e com que os clubes consigam vender tickets que valem para a temporada inteira", contou Peres. O Orlando City, mesmo sendo um clube recém-formado, já vendeu mais de 7 mil desses ingressos para o ano que vem.
Donovan, o maior ídolo futebolístico dos EUA |
Cotas televisivas
Flavio Augusto da Silva, brasileiro dono do Orlando City |
A principal fonte de renda dos clubes atualmente é das televisões, o que se considera um problema na MLS. Nos EUA, a população fã de esportes não está acostumada a assistir os jogos de futebol pela TV. "Existem duas formas de encarar esse problema: o novo acordo da MLS é dez vezes melhor que o anterior. Mas se comparado com o que ganham times da Europa e alguns do Brasil, o número ainda tem que melhorar mundo", analisou Marcos Peres.
Público elevado
A Pluri Consultoria divulgou alguns balanços recentes para entendermos o que comprova o grande público na MLS: em uma lista divulgada, com os 60 melhores públicos das Américas, 16 clubes estado-unidenses estavam presentes, e apenas 11 brasileiros. Mundialmente falando, a MLS está na nona posição no quesito público, com média de 18.743, já o Brasileirão, em 15°, com 14.951.
A taxa de ocupação nos estádios está em 90,7 %, à frente de países das maiores ligas do mundo, como, Espanha, Inglaterra, Holanda e França, o que é impressionante, considerando que os Estados Unidos são conhecidos mundialmente por serem o país do Basquete, Futebol americano e Beisebol, sem conhecimentos do futebol. A partir do ano que vem, serão 21 times.
As dificuldades da liga
Como citei acima, o futebol nos EUA é coisa nova, o mundo inteiro conhece o país por vários outros esporte, achando que a MLS é um campeonato fraco e sem graça, mas o grande astro francês, Thierry Henry, disse que isso tudo que falam é besteira. "as pessoas na Europa acham que a MLS é uma liga fácil, que é só chegar e fazer vários gols. Mas não funciona assim. Você tem que mostrar que pode conseguir, fazer várias boas partidas e aí sim vai ganhar respeito. Venha, jogue e veja!", afirmou ele, apontando ainda as viagens longas e o calor forte como desafios para quem joga nos EUA.
Os times
A liga, atualmente, é composta por 19 times, formando duas conferências, e também estão presentes alguns times canadenses:
Conferência Leste:
Chicago Fire
Columbus Crew
D.C. United
Houston Dynamo
Montreal Impact
New England Revolution
New York Red Bulls
Philadelphia Union
Sporting Kansas City
Toronto FC
Conferência Oeste:
Chivas USA
Colorado Rapids
FC Dallas
Los Angeles Galaxy
Portland Timbers
Real Salt Lake
San José Earthquakes
Seattle Sounders FC
Como a liga é recente, alguns times nem estrearam ainda, são essas:
New York City FC
Orlando City
Atlanta
Miami
Concluindo tudo que lemos acima, será que nosso campeonato, e também nosso futebol em geral, deve se inspirar na MLS? É certo que a estrutura da liga americana, é completamente diferente da nossa, lá, não existe rebaixamento, os clubes não possuem presidentes, e sim, donos. Um deles é o brasileiro Flávio Augusto da Silva, do recém-formado Orlando City. Ele defende o modelo americano, por entender que assim existem menos dívidas. "O presidente de um clube não compromete seu patrimônio pessoal se criar dívidas. Nos EUA, como sou proprietário do time e sócio da liga, não posso ter dívidas". Flávio disse também que é flamenguista e adoraria investir no clube, mas não sente segurança no mercado brasileiro. "Nos EUA já existe a cultura de praticar esportes e agora o 'soccer' invadiu a América".
Mas qualquer pessoa que entenda um pouco de futebol, sabe que, de forma alguma, o modelo da MLS poderia ser aplicado ao Campeonato Brasileiro, são culturas e tradições totalmente diferentes e nunca se encaixariam. Cada país tem seu estilo, e o Brasil deveria se espelhar sim na Major League, não por inteiro, mas pelos fatores econômicos mais importantes.