segunda-feira, 27 de outubro de 2014

MLS, um espelho para o futebol brasileiro?

Indiscutivelmente, o futebol está crescendo nos EUA, o "soccer", como é conhecido por lá, está se popularizando cada vez mais, com as grandes contratações, como Beckham há algum tempo, Thierry Henry, e atualmente, Lampard, Kaká e Robinho, a Major League Soccer cresce claramente, e com certeza ameaçará o Brasileirão como o maior campeonato das Américas em pouco tempo. 




Estádio do Michigan, recebeu um incrível público de 109
mil pessoas presentes no amistoso entre Real Madrid x
Manchester United.










Os principais motivos para essa ameaça são, além das grandes contratações, o forte crescimento do público nos estádios, a média da temporada passada ultrapassou a do Brasileirão, outro aspecto é o interesse das televisões, que aumentou, tendo o intuito de expandir a competição para o mundo inteiro até 2022.

"Um projeto para daqui a oito anos pode parecer bastante, mas para negócios é (um tempo) pequeno", afirma Marcos Peres, ex-comentarista e correspondente do Sportv, que hoje trabalha como diretor de comunicação do Orlando City.




O crescimento da MLS traz alguns pontos positivos e negativos, confira alguns:

Projeto para 2022

Os donos dos clubes da liga se reuniram e criaram  um planejamento para o ano de 2022, e que se baseia em muitas medidas realizadas. Essas são, o fortalecimento dos clubes para atrair público nos estádios.

"Tem as facilidades de estacionamento, transporte, restaurante e até o banheiro. Isso faz com que as famílias voltem sempre e com que os clubes consigam vender tickets que valem para a temporada inteira", contou Peres. O Orlando City, mesmo sendo um clube recém-formado, já vendeu mais de 7 mil desses ingressos para o ano que vem.

O resultado obtido até agora já impressiona: "o crescimento da MLS foi o maior do futebol nos últimos quatro anos. A receita cresceu 130%, enquanto no Brasil cresceu 27%. A tendência é que, em seis ou sete anos, a receita chegue a 1 bilhão de dólares (cerca de R$ 2,3 bilhões)", previu Amir Somoggi, consultor de marketing em gestão esportiva. Com mais dinheiro atualmente, o projeto é que a MLS cresça com contratações de astros futebolísticos, aumento dos salários e da qualidade técnica da competição
Donovan, o maior ídolo futebolístico dos EUA

Cotas televisivas

Flavio Augusto da Silva, brasileiro dono do Orlando City
A principal fonte de renda dos clubes atualmente é das televisões, o que se considera um problema na MLS. Nos EUA, a população fã de esportes não está acostumada a assistir os jogos de futebol pela TV. "Existem duas formas de encarar esse problema: o novo acordo da MLS é dez vezes melhor que o anterior. Mas se comparado com o que ganham times da Europa e alguns do Brasil, o número ainda tem que melhorar mundo", analisou Marcos Peres. 

O acordo citado por ele foi feito com a ESPN e FOX americanas, além da Univision (que transmite sua programação em espanhol) e durará de 2015 a 2022. O valor é de 90 milhões de dólares (R$ 206 milhões) por ano. "São números talvez modestos ainda, mas comemorou-se bastante nos EUA", contou Peres.


Público elevado


A Pluri Consultoria divulgou alguns balanços recentes para entendermos o que comprova o grande público na MLS: em uma lista divulgada, com os 60 melhores públicos das Américas, 16 clubes estado-unidenses estavam presentes, e apenas 11 brasileiros. Mundialmente falando, a MLS está na nona posição no quesito público, com média de 18.743, já o Brasileirão, em 15°, com 14.951.

A taxa de ocupação nos estádios está em 90,7 %, à frente de países das maiores ligas do mundo, como, Espanha, Inglaterra, Holanda e França, o que é impressionante, considerando que os Estados Unidos são conhecidos mundialmente por serem o país do Basquete, Futebol americano e Beisebol, sem conhecimentos do futebol. A partir do ano que vem, serão 21 times.

As dificuldades da liga

Como citei acima, o futebol nos EUA é coisa nova, o mundo inteiro conhece o país por vários outros esporte, achando que a MLS é um campeonato fraco e sem graça, mas o grande astro francês, Thierry Henry, disse que isso tudo que falam é besteira. "as pessoas na Europa acham que a MLS é uma liga fácil, que é só chegar e fazer vários gols. Mas não funciona assim. Você tem que mostrar que pode conseguir, fazer várias boas partidas e aí sim vai ganhar respeito. Venha, jogue e veja!", afirmou ele, apontando ainda as viagens longas e o calor forte como desafios para quem joga nos EUA.

Os times


A liga, atualmente, é composta por 19 times, formando duas conferências, e também estão presentes alguns times canadenses:

Conferência Leste:


Chicago Fire
Columbus Crew
D.C. United
Houston Dynamo
Montreal Impact
New England Revolution
New York Red Bulls
Philadelphia Union
Sporting Kansas City
Toronto FC


Conferência Oeste:


Chivas USA
Colorado Rapids
FC Dallas
Los Angeles Galaxy
Portland Timbers
Real Salt Lake
San José Earthquakes
Seattle Sounders FC 

Vancouver Whitecaps

Como a liga é recente, alguns times nem estrearam ainda, são essas:


New York City FC
Orlando City
Atlanta
Miami




Concluindo tudo que lemos acima, será que nosso campeonato, e também nosso futebol em geral, deve se inspirar na MLS? É certo que a estrutura da liga americana, é completamente diferente da nossa, lá, não existe rebaixamento, os clubes não possuem presidentes, e sim, donos. Um deles é o brasileiro Flávio Augusto da Silva, do recém-formado Orlando City. Ele defende o modelo americano, por entender que assim existem menos dívidas. "O presidente de um clube não compromete seu patrimônio pessoal se criar dívidas. Nos EUA, como sou proprietário do time e sócio da liga, não posso ter dívidas". Flávio disse também que é flamenguista e adoraria investir no clube, mas não sente segurança no mercado brasileiro. "Nos EUA já existe a cultura de praticar esportes e agora o 'soccer' invadiu a América".

Mas qualquer pessoa que entenda um pouco de futebol, sabe que, de forma alguma, o modelo da MLS poderia ser aplicado ao Campeonato Brasileiro, são culturas e tradições totalmente diferentes e nunca se encaixariam. Cada país tem seu estilo, e o Brasil deveria se espelhar sim na Major League, não por inteiro, mas pelos fatores econômicos mais importantes.


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